Apresentação detalhada do caminho que a Indústria Cimenteira se propõe percorrer para alcançar a neutralidade carbónica em 2050. São considerados como base de cálculo, os anos de 1990 e 2017 e é estimado o potencial de redução de emissões carbónicas do setor cimenteiro nacional, em 2030 e 2050. Identificam-se ações a desenvolver para cada elemento da cadeia de valor do cimento e do betão, bem como os investimentos necessários.
Exposição das mensagens chave da Indústria Cimenteira nacional, no que respeita ao objetivo de emissões zero, aos resultados esperados em 2030 e 2050 e ao percurso delineado para a descarbonização desta Indústria, assente na abordagem 5C: clínquer, cimento, betão (concrete), construção e (re)carbonatação.
Identificação das políticas públicas adequadas à descarbonização, a curto e médio prazo, essenciais para que a Indústria Cimenteira atinja o nível de emissões líquidas zero, na cadeia de valor do cimento e do betão, até 2050.
Evento organizado pela ATIC, em conjunto com as suas Associadas CIMPOR e SECIL, e que teve lugar no dia 29 de março de 2021, das 10h00 às 12h15, em formato digital. Contou com a presença de S. Ex.ª o Ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, de S. Ex.ª o Ministro do Ambiente e da Ação Climática, Deputados ao Parlamento Europeu, executivos seniores da indústria de cimento, entre outras personalidades de renome e com experiência incontornável nestas matérias.
O Ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes, participou na conferência “Cimentar o Futuro”, onde afirmou que “A indústria cimenteira nacional e a ATIC, em particular, foram os primeiros a responder ao desafio que lançámos quando, em 2016, o Governo assumiu o compromisso de alcançar a neutralidade carbónica até 2050”, um esforço que exigirá a Portugal “reduções de emissões superiores a 85% até 2050, e uma capacidade de sequestro de carbono pelo uso do solo e florestas de 13 milhões de toneladas de carbono por ano”.
O Ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, saudou o realismo da ATIC, afirmando que: “Ainda bem que os nossos produtores industriais estão conscientes dos desafios e estão a mobilizar-se para a mudança que é necessária. Este Roteiro para a Neutralidade Carbónica mostra que esta neutralidade é possível: a tecnologia está disponível nalguns níveis de maturidade muito diferenciados. É preciso continuar a fazer esforços ao nível da Investigação e Desenvolvimento, de investimentos em processos produtivos mais eficientes, na dotação do nosso País e de cada indústria em particular de acesso a fontes de energia renováveis, de possibilidades de utilizarmos outro tipo de energias nos próprios processos produtivos na indústria”.
Luis Fernandes, Presidente do Conselho Executivo da ATIC e CEO da Cimpor Portugal e Cabo Verde, afirmou na conferência “Cimentar o Futuro” que a Indústria Cimenteira está na vanguarda tecnológica e pretende manter esta posição de liderança e competitividade, enquanto contribui para um futuro mais sustentável. Salientou ainda que serão necessários grandes investimentos e infraestruturas adequadas para implementação e operação de futuras tecnologias. Só assim a Indústria Cimenteira poderá atingir a neutralidade carbónica ao longo da cadeia de valor do cimento e do betão até 2050.
Otmar Hubscher, CEO da SECIL reforçou na conferência “Cimentar o Futuro” o caminho que a Indústria Cimenteira tem vindo a percorrer, rumo à neutralidade carbónica. “Estamos perante um processo industrial de difícil descarbonização devido às emissões de processo. No entanto existem projetos em andamento, investimentos em curso, apoios e colaboração científica com a Academia, com decisores políticos e regulatórios.” A descarbonização não só é o futuro, é o presente.
O Eng. Paulo Rocha da CIMPOR, apresentou na Conferência “Cimentar o Futuro” uma primeira avaliação do potencial de redução de emissões de CO2 da Indústria Cimenteira nacional até 2030 e 2050 respetivamente, tomando como referência os anos de 1990 e 2017. Os caminhos traçados assentam em mais inovação, novas e melhores tecnologias e infraestruturas, estreita cooperação entre os diferentes operadores ao longo da cadeia de Cimento e Betão, bem como sinergias intersectoriais. Esta abordagem baseia-se nos “5C” (Clínquer, Cimento, Betão (Concrete), Construção, e (re)Carbonatação), para sintetizar um conjunto de medidas destinadas ao cumprimento da meta de neutralidade carbónica em 2050, ao longo da cadeia de valor do sector.
O Eng. Alfredo Cardeira da Secil, apresentou na Conferência “Cimentar o Futuro” as ações ao nível regulatório e fiscal que serão necessárias em áreas chave, para que seja possível à Indústria Cimenteira nacional atingir o nível de emissões líquidas zero, ao longo da cadeia de valor do cimento e do betão, até 2050. Por exemplo, é preciso distinguir e promover os produtos considerados mais sustentáveis, de acordo com uma análise do ciclo de vida reconhecida cientificamente, incentivar e investir no desenvolvimento desses produtos, enquanto se garante a necessária disponibilidade de matérias primas, bem como assegurar o acesso a fontes de energia renováveis. Só assim a Indústria Cimenteira poderá alcançar a neutralidade carbónica até 2050, contribuindo para a descarbonização da economia Nacional e Europeia.