“Cement and Concrete Industry: Multiplier Effect on the Economy and their Contribution to a Low Carbon Economy – A study by Le BIPE for The Concrete Initiative” (2015)
“Por cada euro de valor acrescentado na fileira de cimento e betão são gerados 2,8 euros na economia europeia.
Este foi o principal resultado apresentado em Bruxelas a 19 de Novembro, onde o projecto europeu “The Concrete Initiative – Solutions for Europe’s Future” realizou a sua reunião anual, na qual a consultora LeBipe apresentou o seu estudo sobre impacto e efeito multiplicador da indústria do cimento e produtos cimentícios, bem como de betão, argamassas e prefabricados na economia europeia.
A indústria europeia do cimento gerou em 2012 um valor acrescentado (VA) directo de 20 biliões de euros e empregou quase 400 mil pessoas nos países da União Europeia. Os efeitos directos, indirectos e induzidos originaram um VA total de 56 biliões de euros e tornaram possível o emprego de mais de um milhão de pessoas. Com base no Eurostat, o estudo calcula 2,80 euros gerados na economia da UEpor cada euro de VA na fileira do cimento. Este efeito multiplicador, bem acima de outros sectores, é potenciado pelo carácter local da indústria, que utiliza produtos e matérias primas europeias para mais de 90% dos seus inputs(1).
Nesse evento, perante responsáveis da Comissão Europeia, foi também debatida a importância desta indústria para o co-processamento de resíduos e sua não deposição em aterro. Tratando resíduos e reciclando materiais, a indústria conseguiu substituir 36% dos seus combustíveis fósseis por combustíveis alternativos e tem como objectivo alcançar 60% até 2050(2). Em Portugal, esta utilização permitiu valorizar mais de 1.2 milhões de toneladas de resíduos, em alternativa à sua deposição em aterro(3).
Ao contrário do que por vezes é defendido sem fundamento, ficou claro neste evento que este material ímpar, estrutural e sustentável é essencial para os países europeus. Indispensável para o nosso ambiente construído, face a supostas alternativas compara muito favoravelmente no seu impacto económico e na sua sustentabilidade.”
Gonçalo Salazar Leite
Vice Presidente da Cembureau – Associação Europeia do Cimento
Presidente do Conselho Executivo da ATIC – Associação Técnica da Indústria de Cimento
in Público – Imobiliário, 02.12.2015
A indústria cimenteira tem assumido a sua responsabilidade em total consonância e respeito pelos princípios ambientais expressos no atual enquadramento legislativo. Questões como alterações climáticas, sustentabilidade, redução de emissões de CO2, economia de carbono, economia circular, construção sustentável, entre outras, estão na linha da frente das preocupações do sector e são consideradas em todas as práticas e processos de decisão. As empresas de cimento nacionais têm respondido a estes desafios, implementado iniciativas ao longo do tempo que permitam aumentar a eficiência e a produtividade. Isso fica evidente no esforço permanente, não apenas para cumprir com toda a regulamentação da UE, particularmente sobre as Alterações Climáticas e Energia, mas também para melhorar a sua resposta aos mercados e o seu desempenho industrial.
O setor está apostado em diminuir a sua pegada de carbono e comprometido em investir em soluções inovadoras que também contribuam para a descarbonização da economia, apesar do contexto difícil dos últimos anos (quebra acumulada de 60% do consumo de cimento interno no presente milénio (2022)), bem como da maior exigência ao nível do processo de fabrico, provocada pela crescente preocupação com temas como as alterações climáticas.
A indústria de cimento portuguesa tem realizado investimentos significativos para reduzir as emissões de CO2, aumentando sua eficiência térmica e elétrica, aumentando o coprocessamento de combustíveis alternativos, usando matérias-primas secundárias e testando tecnologias inovadoras para a redução das emissões na produção de cimento e clínquer. O momento atual é decisivo para a indústria de cimento. O setor, consciente dos desafios decorrentes do Green Deal Europeu, já tem um plano preparado que se reflete no Roteiro para a Neutralidade Carbónica da Indústria de Cimento recentemente publicado.
A indústria do cimento contribui ainda para a biodiversidade graças aos projetos de reabilitação que implementa ao nível das pedreiras. De facto, as empresas portuguesas têm trabalhado regularmente com ONGs e universidades tendo em vista o desenvolvimento de projetos adequados para as suas pedreiras.
Têm sido introduzidas as melhores práticas em termos de saúde e segurança no trabalho e no relacionamento com as comunidades vizinhas. As empresas portuguesas são membros da Cement Sustainability Initiative (CSI) e participam num grupo de trabalho que tem como slogan “Achieving zero harm” (em termos de saúde ou segurança) para os trabalhadores e comunidades em geral.